quarta-feira, 24 de outubro de 2012

2 UMA ALIMENTAÇÃO SADIA E NATURAL

Guy de Cock – Bélgica
Revista COPC 2004
Arquivo Editado em 31/10/2004
Normalmente podemos ler artigos que nos ensinam todo o tipo de truque e especialidade para manter nossas aves em boas condições. Freqüentemente somos então tentados experimentar esta maneira de proceder. Esperamos os melhores resultados na criação. Uma muda menos difícil onde pensamos ter encontrado a panacéia que elimina as doenças em nossos amigos alados.
De certa maneira existem determinadas raças que necessitam um tratamento bem especifico. Mas a maioria das nossas aves se contenta com uma alimentação natural e sadia. Urna doença sempre requer um tratamento complicado. Uma adaptação do menu cotidiano pode fazer tanto bem quanto os medicamentos freqüentemente muito fortes que são encontrados nas farmácias. Às vezes acontece nos sentirmos fracos e abatidos após a ingestão de um ou outro medicamento. Acontece à mesma coisa com as nossas aves!
Este artigo não será uma enumeração de novos produtos miraculosos, mas somente em resumo da maior parte dos alimentos convenientes às nossas, aves, com uma pequena explicação das suas utilizações e finalidades.
Cada um poderá assim fazer uma idéia do equilíbrio alimentar que procura para seus pássaros, e determinando as mudanças que pode fazer o momento que poderá ou deverá lhes conceder um "extra".
1 - As proteínas
O corpo é essencialmente constituído de proteínas, principalmente os músculos, o coração, os rins, as penas, a pele. as patas e o bico. Partimos do princípio que, de acordo com o tipo de ave, compramos a mistura adequada ou a fazemos em casa. Na situação de condições climáticas adversas ou num período difícil, damos d pão branco velho embebido em leite, ou ovos, para manter suas proteínas num nível ótimo.
2 -Aminoácidos
Tratam-se de proteínas simples, indispensáveis ao bom crescimento da plumagem. Quando a plumagem se apresentar desarranjada, freqüentemente indica uma carência de leucemia. Uma rica e variada mistura de sementes é suficiente para evitar tal carência.
3 - Hidrates de Carbono
Os hidrates de carbono são uma combinação de carbono, oxigênio e hidrogênio, A mistura de sementes normalmente é suficiente para supri-los.
4 - Os lipídeos
As substâncias graxas constituem uma fonte de energia complementar muito útil quando não administradas em excesso. No inverno as aves apreciarão um pequeno suplemente de gorduras para melhorar suas proteções contra o (rio. Pode-se então  administrar-lhes regularmente 5 gotas de óleo de fígado de bacalhau para cada quilo de ração. 
Entretanto não se deve exagerar, pois as aves muito gordas têm dificuldade na procriação, ou antecipam a época da muda das penas.
5 - As Vitaminas
Uma carência vitamínica propicia grande receptividade às doenças, freqüentemente seguido de uma criação deficiente.
A - Vitaminas Lipossolúveis
a)   Vitamina A
Esta vitamina cuida do funcionamento eficiente das células epiteliais, das mucosas, da visão e da respiração. A melhor fonte é o óleo de fígado de bacalhau, assim como o leite, as gemas dos ovos e os legumes verdes (ex.: espinafre, acelga, salsa, etc.).
As aves em crescimento têm necessidade de um fornecimento duplo de vitamina A. Se for fornecida a vitamina A adequadamente, as mesmas crescerão durante uma estação, ou mais duas. Os periquitos e os canários brancos recessivos (assim como os prateados) deverão receber semanalmente uma boa dose de vitamina A .
b)   Vitamina D
É necessária ao bom desenvolvimento e à formação dos ossos, unhas e bico. Uma carência leva a uma debilidade e a uma deformação das patas ou malformação articular. As fêmeas botam ovos sem cascas ou de casca muito fina. A melhor fonte é o sol. Deixar os pássaros aproveitar ao máximo os raios solares é fundamental, principalmente com sol direto. Se isto não for possível, poderá ser substituído por radiação ultravioleta obtida através de lâmpadas especiais.
Encontra-se no comércio as vitaminas A e D em gotas, porém o óleo de fígado de bacalhau, as gemas e o leite são igualmente importantes como fonte desta vitamina.
c)   Vitamina E
É essencial para a fecundidade, crescimento e desenvolvimento normais. Aconselha-se administrar sementes germinadas, óleo de germe de trigo ou milho, gema e verdura fresca.
d)   Vitamina K
Também chamada de vitamina coagulante.
Encontra-se em legumes, como a cenoura, couve, etc, e em algumas sementes como o cânhamo.
B-Vitaminas Hidrossolúveis 
l-   Vitaminas do Complexo B
As vitaminas do complexo B geralmente são resultantes de transformações metabólicas:
a-Tiamina ou Aneurina - (B1)
Esta vitamina tem importante função na metabolização dos hidratas de carbono. Sua carência leva à perda do apetite e às conseqüências que esta causa. É encontrada sobretudo nas sementes germinadas e no levedo de cerveja. Em menores quantidades na gema, no leite em pó, nas frutas e legumes frescos.
b- Ribollavina (82 ou G)
Uma carência em B2 leva uma produção deficiente de ovos, mortes embrionárias, paralisias das patas e mal desenvolvimento das penas. Em sementes de boa qualidade, as quantidades de vitamina B2 são suficientes. Um suplemento poderá ser oferecido através do levedo das verduras, ovos e leite em pó.
d- Colina
A carência de colina e de manganês poderá determinar colestase hepática. Fontes; levedo de cerveja, leite em pó e sementes.
e- Biotina (H)
As sementes frescas complementadas por tomate e espinafre dão biotina suficiente.
f-Vitamina B12
Esta vitamina contém cobalto e ferro e estimula o crescimento e metabolização do sangue. Encontra-se em produtos de origem animal.
II-Vitamina C
Esta vitamina deverá ser ministrada unicamente em casos especiais, como doenças, envenenamento ou constantes estresses. Os agrumes (cítricos) são os mais indicados para isto.
Vitaminas em geral
Observamos que boa variedade de verduras e qualidade de sementes são fundamentais. Em princípio a administração de vitaminas suplementares é inútil, salvo em circunstâncias especiais. No inverno a falta de verdura poderá ser compensada por outros produtos naturais contendo estas mesmas vitaminas. Pode-se também lazer uso de preparações comerciais de vitaminas: os complexos vitamínicos.
6 - Minerais
Dentro de uma boa alimentação são igualmente necessários os minerais como cálcio (Ca), fósforo (P), cloro (Cl), sódio (Na), magnésio (Mg), zinco (Zn), potássio (K), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), enxofre (S) e iodo (l). 
Estes minerais ajudam na boa alimentação dos músculos, das glândulas, dos nervos e do cérebro.
O cálcio é o mineral de maior importância para a formação dos ovos, desenvolvimento do esqueleto, coagulação sanguínea e funcionamento do sistema nervoso e dos órgãos.
O fósforo é importante para a construção dos ossos, no metabolismo das proteínas e dos lipídeos. 
O magnésio mantém o equilíbrio entre o cálcio, o fósforo e a vitamina D.
A maior parte dos minerais se encontram dentro de uma boa alimentação. As cascas das ostras (85%), ossos (80%), as cascas dos ovos e o calcário são ricos em cálcio.
O iodo se encontra nos ossos, cascas de ostras, ovos, leite e óleo de fígado de bacalhau. 
O cobre é importante para a boa composição do sangue. De tempos em tempos podemos colocar um pouco de sal de cozinha (cloreto de sódio) dentro da água.
Percebe-se que muitos dos produtos provenientes do mar são ideais para manter a taxa de minerais. Cascas de ostras trituradas, ossos e eventualmente algas são excelentes complementos.
É muito aconselhável colocar-se dentro das gaiolas recipientes com alimentos que contenham essas substâncias. as aves escolherão e complementarão, elas mesmas, suas necessidades.
7-Verduras
Toda espécie de verdura contém diferentes vitaminas e certos minerais.
Na maior parte desses legumes encontramos ferro, cobre, zinco, manganês, iodo, cálcio, magnésio, potássio, sódio, fósforo e cloro. Eles possuem igualmente um alto teor em proteínas e carotenos na sua fase de crescimento. É melhor distribuir os legumes tenros. Estes legumes e verdura deverão ser os mais escuros possíveis para estarem em seu pleno valor nutritivo; os distribuiremos, sempre que possível, preferentemente pela manhã ou ao meio - dia, em quantidade tal que em duas horas tenham sido  consumidos.
Hoje é mais fácil do que antigamente, porque encontramos os legumes em todas as estações. É preferível procurar o verdureiro do que o farmacêutico; naquele podemos escolher: acelga, espinafre, folhas de almeirão, chicória, etc.
É importante saber onde adquirir as verduras pois não pode conter agrotóxico.

0 Princípios de Genética

 
Anuário técnico 4C-1999
Revista Pássaros ano 5 nro 23/2000
Arquivo editado em 31/05/2003
 
Qualquer pessoa, logo que pense em fazer criação de canários, começa a tentar compreender algumas regras básicas para acasalamento destas aves. 
Devo desde já adiantar que esta não é uma área muito fácil de entender visto a genética ser uma ciência bastante complexa e em evolução. De qualquer forma, mesmo pequenos conhecimentos, são excelentes para a criação de canários. Para começar, penso que será benéfico clarificar alguns termos utilizados: 
Gene: fator de transmissão de caracteres hereditários constituindo uma unidade independente. 
Genótipo: totalidade de genes, composição hereditária de um individuo através de herança paterna e materna. 
Fenótipo: aspecto determinado pelo genótipo e por modificações eventuais (por exemplo, derivadas de condições ambientais). 
Caráter hereditário: qualquer característica de um serviço susceptível de ser transmitido a sua descendência. 
A herança genética, genótipo, de um individuo já se encontra no ovo. O ovo resulta de união do espermatozóide (com herança genética da mãe). Essa informação encontra-se em cromossomos. 
Quando os genes (um do pai e outro da mãe), que determinam um caráter são iguais estamos perante uma situação de Heterozigotia. 
Num caso de heterozigotia o filho, apresenta, ou o caráter do pai, ou o caráter da mãe, ou apresenta uma situação nova resultante de combinação dos genes do pai e da mãe. Se apresentar o caráter do pai dizemos que esse caráter é dominante e o da mãe é recessivo. Dizemos ainda que esse filhote é portador do caráter recessivo da mãe, porque o tem no seu genótipo, mas não se manifesta. Se o que surge e uma mistura dos dois caracteres (do pai, da mãe) dizemos que não há predominância.
Por vezes, a informação que um gene contem altera-se, passando a transmitir uma informação diferente dando-se o que se chama uma mutação aberração cromossômica ou alteração genética. Estes acidentes genéticos, tais como alteração, eliminação, duplicação, trissomia de par ”crossing-over” são bastante complexos nao cabendo tais explicações no âmbito deste pequeno texto. 
O ”crossing-over” permite obter canários Isabel cruzando-se canários canelas com Ágatas. 
O sexo dos canários é também determinado pela combinação de genes. 
Desta forma, talvez seja possível entender-se os caracteres ligados ao sexo. Um macho que possua um caráter ligado ao sexo pode dar origem a fêmeas que não o apresentem e a machos que o apresentem. O macho pode ser Puro Portador ou Normal e a fêmea pode ser Pura ou Normal. Nem todos os caracteres são ligados ao sexo. 
Chama-se fator letal, aqueles caracteres que quando se apresentam em homozigotia (igual no macho e nas fêmeas) conduzem a morte do embrião. 
Estão nesse caso duas situações muito importantes:
– Caráter Branco-Dominante; 
– Caráter Intenso. 
Segue-se uma lista de fatores dominante e recessivo. 
 
Dominante  Recessivo
Oxidação Diluição
Não Pastel  Pastel
Não Opal  Opal
Não Ino  Ino
Não Satinet  Satinet
Nao Marfim Marfim
Não Branco  Branco
Intenso  Recessivo
Eumelanina Negra  Eumelanina Castanha
Negros Castanhos  Castanhos
Negros Castanhos Ágatas
Negros Castanhos Isabel
Ágatas Isabel
Castanhos Isabel
Fatores onde não se manifesta qualquer dominância 
Presença de refração  Ausência de refração
Presença de melanina Ausência de melanina
Fator vermelho Fator Amarelo 
Caracteres não ligados ao sexo: 
O fator que determina a presença da melanina; o fator Ino; o fator de refração; o branco dominante; o branco recessivo; o fator opal; o fator intenso: o fator amarelo e o vermelho. 
Caracteres ligado ao sexo:
O fator que determina a presença de eumelanina negra: o fator determinante da diluição (Ágata Isabel); o fator determinante do efeito pastel; o fator marfim; o efeito Satinet. 
Agradecimentos ao site criadouro Kakapo. 

0 HIBRIDAÇÃO E AS SUAS CONSEQÜÊNCIAS

DEFINIÇÕES
A hibridação consiste no cruzamento de aves diferentes. Os híbridos são o resultado desse cruzamento. Pode-se distinguir:
HÍBRIDOS INTER-ESPECÍFICOS: Seus pais pertencem a espécies diferentes. Por exemplo, pintassilgo x canário. Na natureza esses pássaros não se cruzam entre si, porém em cativeiro esse acasalamento é possível.
Estes híbridos são freqüentemente chamados de mulas, por analogia do acasalamento jumento e égua.
HÍBRIDOS INTRA-ESPECÍFICOS: Seus pais pertencem à mesma espécie. Por exemplo, canário border x canário de cor. Os canários border e os de cor pertencem a duas raças diferentes. Os híbridos são chamados de mestiços. Enquanto as mulas são freqüentemente estéreis, os mestiços são geralmente férteis.
HÍBRIDOS MENDELIANOS: Seus pais pertencem a uma mesma espécie, porém eles também são de raça pura. Uma ave é de raça pura quando vem de uma linhagem onde todos são semelhantes. Mendel descobriu as leis de hereditariedade através de cruzamentos de pais de raça pura, depois seus descendentes.
Em genética os indivíduos de primeira geração formam os F1 que, cruzando-se entre si, resultam em uma segunda geração os F2. Acasalando-se um híbrido F1 com seu pai ou sua mãe obtém-se um R1; na utilização de um indivíduo F2, obtém-se um R2.
PARTICULARIDADES DOS HÍBRIDOS
SEMELHANÇA DOS HÍBRIDOS Os híbridos inter-especifícios por terem a mesma origem são geralmente parecidos. Dessa forma, quando se cruza um pintassilgo (Carduelis carduelis) com um canário verde (muito próximo do canário silvestre), os pássaros obtidos são muito parecidos de aspecto, são de cor escura, com forma intermediária entre aquela do pintassilgo e a do canário, o bico é ponteagudo, como aquele do pintassilgo e apresentam máscara vermelha alaranjada, comparável aquela do pintassilgo, porém menos colorida e clara. Isto ocorre porque as espécies silvestres devem seu aspecto (ou fenótipo) aos genes dominantes, que são os mesmos para todos os pintassilgos. Todos os canários silvestres têm também em comum seus genes dominantes. Freqüentemente as aves silvestres são puras para seus caracteres principais; em outras palavras, os dois genes correspondentes ao mesmo caracter são idênticos.
Conseqüentemente os híbridos pintassilgo português x canário verde são comparáveis aos híbridos mendelianos e são parecidos. Porém ocorrem exceções. Por exemplo híbridos F1 de pintassilgo português x canário podem não ter a máscara vermelha alaranjada, Machos híbridos pintassilgo (Carduelis cannabina) canário verde podem não ter o peito cor de rosa.
Estas exceções são devidas aos pais não serem puros. A ausência da máscara num híbrido F1 de pintassilgo português x canário verde pode ser explicada da seguinte maneira: a máscara do pintassilgo português é devida provavelmente a um gene dominante que inibe o depósito de melanina, o que explica a cor branca e torna possível o depósito de carotenóide vermelho. Se o fator inibidor está presente em dobro (duplo exemplar), todos os híbridos e todos apresentarão máscara. Porém se o fator inibidor existe somente em um único exemplar, terá apenas a metade de híbridos F1 que a receberão, ficando os outros híbridos sem máscara.
Esta hipótese parece correta. Realmente constata-se que os híbridos F1 sem máscara são sempre fêmeas. Isto se explica admitindo-se que o fator inibidor dominante está ligado ao sexo. Conseqüentemente um macho pintassilgo português heterozigoto poderá dar fêmeas F1 normais e fêmeas F1 sem máscara. Pelo contrário, com uma fêmea pintassilgo português obter-se-á sempre híbridos F1 com máscara. Com o Diamente de Gould tem-se um caso parecido: a máscara vermelha é devida a um  fator dominante inibidor da melanina, o que permite o depósito do carotenóide vermelho; um dominante macho com máscara vermelha, porém heterozigoto, dá fêmeas que tanta podem ser com máscara vermelha como sem máscara (portanto, com máscara negra). Com uma fêmea de diamante com máscara vermelha tem-se os 100% de diamantes F1 com máscara vermelha.
Os híbridos F1 de pintassilgo português x canário, que têm peito verde-musgo, podem tembém serem explicados admitindo-se que no pintassilgo existe um fator inibidor-dominante que limitaria o depósito de melanina no peito. Se o pintassilgo macho é heterezigoto para este fator, alguns híbridos F1 não receberão o fator inibidor; seu peito então será verde como no canário verde.
Cada vez que um criador obtém um híbrido excepcional, seus pais devem ser conservados. Esses pais permitirão continuar a hibridação ou, ainda, servirão para obter-se raças que darão rapidamente novas mutações.
HEREDITARIEDADE LIGADA AO SEXO Os caracteres ligados ao sexo presentes no pai podem apresentar-se nas fêmeas híbridas F1. Desta forma, cruzando-se canário acetinado macho x f?emea pintassilgo português, obtêm-se fêmeas normais e fêmeas F1 acetinadas (em outras palavras, sem melanina negra e com olhos vermelhos).
Com um canário isabelino pastel macho, pode-se obter fêmeas F1 isabelino pastel. Os caracteres marfim, canela, ágata, isabelino, acetinado e pastel são ligados ao sexo no canário: podem passar juntos ou separadamente para fêmeas híbridas.
ESTERILIDADES DOS HÍBRIDOS Um híbrido F1 recebe a metade de seus cromossomos de seu pai e outra metade de sua mãe. Para que ele seja fértil é indispensável que seus cromossomos possam formar pares. Senão a formação das células reprodutivas não ocorreriam. Conseqüentemente tem-se fêmea F1 que não põe ou macho F1 que não consegue fecundar (daí os ovos claros).
Se os cromossomos recebidos pelo híbrido F1 são pouco diferentes, o híbrido pode ser fértil.
Quando se acasala duas aves de espécies diferentes, a fertilidade fica proporcional a quanto mais vizinhas forem essas espécies:
-Mesma espécie: 100% de fertilidade dos híbridos; 
-Espécies vizinhas: alguns híbridos são férteis;
-Espécies muito vizinhas: machos férteis; fêmeas estéreis;
-Espécies bastante vizinhas: machos férteis, todas fêmeas estéreis;
-Espécies pouco vizinhas: alguns machos férteis, todas fêmeas estéreis.
-Espécies bem diferentes: todos os híbridos são estéreis.
As espécies muito vizinhas seriam as pertencentes ao mesmo gênero (exemplo: Serino Serinus serinus e canário) e as espécies muito diferentes pertenceriam a famílias diferentes )exemplo: Pontífice índigo Passerina cyanea x canário).
Com relação ao canário, alguns híbridos férteis foram conseguidos pelo acasalamento com pássaros do gênero Serinus e Carduelis (spinus, chloris). A fertilidade dos híbridos é muito importante para conhecer-se o grau de parentesco entre duas espécies. Quanto mais aparecem híbridos férteis, mais os cromossomos são semelhantes e mais o parentesco é importante.
TAMANHO E COR DO HÍBRIDOS O tamanho dos híbridos é geralmente intermediário entre os tamanhos dos pais. Isto é decorrência de que o tamanho é comandado por numerosos genes cujas ações se completam (co-dominância). Portanto, é possível que uns híbridos sejam maiores que seus pais, isto ocorre geralmente nos híbridos inter-raciais (híbridos intra-específicos) e este fenômeno é denominado heterosis. Pode ser explicado admitindo-se que teve aquisição de novos genes para os híbridos. Esta aquisição decorre freqüentemente como conseqüência  de uma inversão cromossômica, isto é, da presença de um fragmento de cromossomo onde os genes são alinhados em posição inversa da normal. No híbrido, por aí ter acúmulo da porção normal acarretar um aumento de tamanho.
A cor dos híbridos F1 é geralmente menos viva e menos delimitada que a dos pais. A máscara do híbrido F1 de pintassilgo português x canário é menos vermelha e menos clara que no pintassilgo; o híbrido F1 de pintassilgo da Venezuela (Carduelis cucullata) x canário tem menos vermelho que o pintassilgo. Isto ocorre porque a cor vermelha e sua localização dependem de vários genes que são passados todos para os híbridos. A presença de uma cor depende freqüentemente de uma série de reações químicas, e a sua situação na plumagem depende de fatores de localização.
LEIS DE MENDEL E HIBRIDAÇÃO Aves de espécies diferentes podem ter os mesmos genes (fator pastel, fator marfim, fator ino – por exemplo), porém estes genes podem ocupar posições diferentes sobre os cromossomos. Conseqüentemente duas aves de plumagem pastel (melaninas diluídas) terão ainda o fator pastel, porém os genes correspondentes não serão alelos. Ora, as leis de Mendel dizem respeito a genes alelos.
Acontece que as proporções dadas pelas leis de Mendel (por exemplo ¼, ½, ¼ em F2) não se observam no caso de híbridos F1; os tipos novos são muito menos freqüentes que os previstos. Isto permite compreender porque na hibridação pintassilgo português x canário aparecem muito poucas fêmeas sem máscaras em vez de 50% e também porque os machos férteis quase não ocorrem, quando deveriam ser em torno de 50%. Uma ave macho possui dois cromossomos X, um provindo do seu pai e outro de sua mãe. No caso dos machos F1 pintassilgo x canário, os dois cromossomos X não são muito diferentes e isto explica porque estes machos podem ser férteis. Porém um outro fenômeno intervém; no macho um dos X fica em repouso e forma um corpúsculo, o corpúsculo de Barr. Um macho F1, cujo X ativo provém do canário, seria fértil com uma fêmea canário. Embora que estatisticamente 50% de machos F1 devem seu X ativo ao canário, entre eles muitos poucos são férteis. Um macho F1 estéril pode tornar-se fértil ao fim de alguns anos e o inverso é possível; pode-se pensar que o X ativo não é sempre o mesmo.
CONSEQÜÊNCIAS O estudo de híbridos apresenta um grande interesse científico. Ele permite saber se duas espécies são aparentadas ou não. Ele permite também saber como são colocados no lugar alguns caracteres como o topete ou a cor vermelha.
Os híbridos férteis permitem obter raças novas. Isto é muito fácil no caso de caracteres ligados ao sexo; assim a mutação lutino (ausência de melaninas) do diamante de Kittlitz (Erythrura trlchroa) pode ser transmitido ao diamante da Nouméia (Eruthtuta pslttacea). Assim pode-se passar as mutações isabelino e acetinado do canário para o serino. No caso de mutalções não ligadas ao sexo são necessárias duas gerações, a segunda proveniente de um <<back-cross>> (R1). Umas mudanças de genes foram realizadas de psitacídeos dos gêneros Euphema,  Psittacula ou entre agapornis.
A hibridação favorece as mutações <<sacudindo a hereditariedade>>. Quando os cromossomos são diferentes, eles têm tendências a se fragmentar. Conseqüentemente os híbridos podem ter, mais ou memos, fragmentos de cromossomos. Isto pode ser a origem de novos caracteres. O canário de fator vermelho provem da hibridação do pintassilgo da Venezuela x canário, e provavelmente o canário mosaico tenha mascido de uma hibridação entre um silvestre (pintassilgo português? Verdilhão Carduelis chloris?) x canário branco dominante, ou ainda pintassilgo da Venezuela x canário branco dominante.
Mesmo estéreis, os híbridos são muito interessantes pela sua beleza. Algumas hibridações são muito raras porque são difíceis de se obter são o caso da hibridação agapornis x periquito ondulado. Três casos foram mencionados, um em 1890, com Agapornis cana, o segundo em 1910, com Agapornis personata nigrigenis e o terceiro em 1985, com Agapornis roseicollis. A hibridação é uma arte difícil. Não é fácil provocar a atração sexual entre duas aves que não se acasalam na natureza. É indispensável que a hibridação seja encorajada e recompensada nos concursos.
  Agradecimentos ao site criadouro Kakapo.

2 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CANÁRIOS: AVANÇOS TÉCNICOS

Afonso Babra Garcia – Espanha
Revista Pássaros – Ano 6 – Nro 29
Há alguns anos publiquei um trabalho sobre o mesmo tema, baseando-me em provas experimentais efetuadas no meu aviário e em informações recebidas sobre a mesma prática realizada habitualmente com uma alta taxa de êxito pelos japoneses de Osaka, em importantes instalações habilitadas a reproduções e criação “industrializada” de canários, a maioria dos quais eram exportados para os Estados Unidos.
Naquela ocasião os resultados foram muito pobres e, inclusive, não consegui a diluição do líquido seminal, pelo que foi uma mera prova de que com escassos meios era possível a inseminação artificial em pássaros de gaiola. Como nesta temporada de reprodução eu tentei e consegui a inseminação com dois lotes de três fêmeas cada um, com sêmem já diluído e que não perdeu seu poder fertilizante, eu passo a divulgar este tema que, embora não sendo ainda uma prática importante na ornitologia amadora, aponta para um futuro não muito distante possibilidades práticas e positivas.
Diz o Dr. Sanchez Algaba que “dentro do campo da reprodução animal, um dos temas que cobram dia-a-dia maior importância e difusão e, sem sombra de dúvida, a inseminação artificial, pois sendo uma ciência relativamente jovem, se tem estendido por todos os países do mundo devido às vantagens que representa, desde três planos fundamentais: Econômico, Sanitário e Genético”.
Penso que usando de uma terminologia muito concreta, a Inseminação Artificial nos Pássaros, não é outra coisa que uma manobra consistente na obtenção, diluição e introdução de líquido seminal no aparelho genital da fêmea, mediante o emprego de instrumentos e técnicas não naturais, que envolvem uma série de manipulações relativamente complexas que vão desde o recolhimento do sêmem até sua aplicação no interior da cloaca da fêmea.
Entre as vantagens de Inseminação Artificial em uma utópica ornitologia de futuro, cabe destacar as seguintes:
1-Eliminar grande número de doenças infecciosas, que se transmitem no ato do acasalamento.
2-Evitar a necessidade de alojar, cuidar e alimentar um elevado número de machos, possuindo em seu lugar um número superior de fêmeas.
3-Permitir a fecundação de fêmeas, separadas por distâncias relativamente apreciáveis. Com sêmem capaz de melhorar ou introduzir novos caracteres nas linhagens de criação.
4-Usar sêmem de machos de Raças e Variedades de Pássaros dos que exista, um limitado número de exemplares. 
MATERIAL E MÉTODOS  
É evidente que para conseguir êxito na prática da inseminação artificial em pássaros, é imprescindível possuir a garantia absoluta de que o macho do qual se vai extrair o sêmem é fértil, que não é portador de doença infecciosa, que não transmita malformações congênitas, nem transtornos no comportamento animal.
Necessariamente deve usar-se como sujeito “doadores” machos adultos com no mínimo dois anos de vida, que tenham demonstrado em ciclos anteriores de reprodução natural sua capacidade fecundante e uma descendência sanitariamente correta sem taras físicas.
A fertilidade de um pássaro, com a de outro qualquer animal, esta motivada por uma cadeia de influências ambientais, sanitárias, alimentares, de manejo etc. E a qualidade do sêmem por contagem de espermatozóides sofre influência do repouso ou atividade sexual a que se tem submetido o macho. A capacidade fertilizante do sêmem está motivada em função da morfologia, quantidade e mobilidade dos espermatozóides. 
COLHEITA DO SÊMEM  
Esta manobra requer ser efetuada por duas pessoas, devido a sua relativa complexidade, já que consideramos esta operação como um ponto primordial dentro do processo geral da Inseminação Artificial. Se utilizará um macho excitado sexualmente, colocado em uma gaiola isolado, desde que possa observar a presença próxima da fêmea em cio. Com a máxima higiene possível, para evitar qualquer risco de contaminação seminal, colocasse o macho em posição decúbito supino, o que permitirá estimular-lhe mediante a ação de uma suave massagem digital debaixo do ventre chegando até o órgão copulador, atuando sempre no sentido único na direção do esterno para a cloaca.
Quando se observar que a ejaculação está próxima, se empurra a cauda para adiante conseguir a emissão do sêmem, que aparece como uma pequena gota de líquido algo gelatinoso.
Recolhe-se rapidamente com um pequeno tubo de vidro ou um porta objetos de microscópio que esse tem em total estado de esterilização.
Este mecanismo é complicado e laborioso, recomenda-se que o macho tenha sido previamente habituado a estar imobilizado na mão e ao contato digital no ventre já que em caso contrário torna-se muito difícil conseguir a ejaculação. 
DILUIÇÃO E DURAÇÃO DO SÊMEM  
Aparece então a dificuldade da manipulação da pequena quantidade de sêmem obtido, já que se deve atuar com rapidez,
As soluções salina não são apropriadas para sua diluição e conservação. Os melhores resultados se obtêm com soluções de açúcares simples como a glicose, a frutose e o manitol, dissolvidos a 5% usando com o veículo água previamente fervida e mantida a 4 graus centígrados; com isto temos conseguido:
a)Aumentar a quantidade do líquido fertilizante a 1 cc;
b)Chegar a manter seu poder fertilizante;
c)Controlar e diminuir a viscosidade dos sêmem, facilitando a penetração dos espermatozóides no ovíduto.
Estamos convencidos de que contando com os meios de um Laboratório ou Centro especializados, há de ser possível congelar e manter adequadamente o sêmem de pássaros, como se faz atualmente com o de aves domésticas de uso alimentar humano, já que se congela a temperaturas de menos 35 graus centígrados para armazena-los e transporta-los posteriormente em nitrogênio líquido a menos 196 graus centígrados.
MANOBRA DA INSEMINAÇÃO  
É uma prática que requer normalmente a intervenção de duas pessoas, uma que atua mantendo a fêmea em posição de decúbito supino, isto é, com o ventre para cima. Só se deve manipular fêmea em cio com dilatação abdominal, que se chegue a presumir a postura de ovos em um prazo aproximado de 5 a 10 dias depois da inseminação.
A manobra a realizar consiste em efetuar uma suave pressão digital no baixo ventre na zona próxima à cloaca, com o que se consegue um prolapso parcial desta, momento em que, com uma pipeta de 0,1 cc, se insere uma quantidade aproximada de 0,02 ml ou mais da diluição seminal. Em seguida se suprime a pressão da região citada, com o que a cloaca se fecha e volta a posição normal, momento em que se coloca a fêmea na gaiola de criação.
Para realização destas práticas, sem dispor de meios sofisticados, temos empregado fêmeas jovens que já tenham efetuado a primeira postura e fêmeas adultas de dois anos de vida; os resultados são parecidos com ambos lotes.
CONCLUSÃO  
Atuando de forma rudimentar que acabamos de descrever temos conseguido inseminar dois lotes de três fêmeas de canário, com o sêmem de uma só ejaculação, obtendo uma média de 2 a 3 ovos fecundados na maioria das fêmeas, com um resultado negativo reiterado com uma mesma fêmea em três ocasiões. As fêmeas tem construído seus ninhos normalmente, tem realizado postura de 4 a 5 ovos, tem incubado perfeitamente, os embriões eclodem e os filhotes tem sido alimentados e desenvolvem-se com toda normalidade.
Não temos conseguido a ejaculação, apesar de reiteradas tentativas, com um macho de Pintassilgo da Venezuela, o que atribuímos à sua resistência em permanecer seguro pela mão.
É portanto possível à realização da inseminação artificial em pássaros de gaiola, se bem que consideramos uma utopia para o momento a implantação deste método em criadouros amadores.
Deve ser positivo se realizada em instalações “ industrializadas” como as que temos referências que existem no Japão, confirmação que tentaremos realizar através da AIO-AMICALE INTERNATIONALE ORNITHOLOGIQUE, mediante a colaboração do nosso colega nesse país.
Por tudo isto nos atrevemos a postular de que em um futuro não muito distante, se possa e se empregue o plasma germinal de pássaros, inclusive com fins ecológicos em espécies em vias de extinção ou para facilitar a difusão de Mutações, especialmente as de herança ligada ao sexo.
DICA:
Em julho, antes do acasalamento, pulverize todos os pássaros, gaiolas, utensílios, paredes e frestas com a solução Kill Red, 20 gramas por 6 litros de água, após 15 dias repetir a dose.
BIBLIOGRAFIA Dr. Pedro Sanchez Algabra Gil – Veterinário – Tesis Doctoral – publicada por C.S.I.C e outras observações manuscritas especialmente para o autor.
MERCK Sharp & Dhone Intercontinental – New Jersey USA.
  
Agradecimentos ao site criadouro Kakapo.

0 Identificação Precoce dos Filhotes

Eliane Seixas e Gilberto Seixas
Arquivo editado em 25/12/2002
 
Em todos estes anos de criação de canários, já ouvimos praticamente de tudo a respeito da identificação do sexo dos filhotes: desde de simples simpatias, testes esotéricos, até informações sem nenhuma comprovação científica, como por exemplo o tamanho da cabeça, posição dos olhos em relação a linha do bico, cauda mais curta na fêmea, macho ser maior, teste de 20 dias, etc, etc... Estas invenções contribuem enormemente para tumultuar a cabeça do iniciante. 
Na verdade existe um método científico para esta identificação conhecido como sexagem. É feito em laboratório especifico e por profissionais especializados, embora NÃO seja praticado pelos criadores de canários, porem possui 100% de acerto. 
Esta identificação é necessária o quanto antes, pois ás vezes, o criador necessita vender ou trocar algum filhotes mais jovem e não pode faze-lo sem saber seu sexo. A afirmação do sexo de um jovem canário consegue enganar, em alguns casos, até mesmo a experientes criadores, certamente com índices de erros pequenos. 
Vamos dar algumas dicas para esta identificação, nenhuma delas com precisão absoluta, porém com uma margem de acerto muito grande, principalmente depois que você adquirir pratica.
Atenção: esta identificação do sexo será mais precisa se forem analisados filhotes de mesmos pais, ou de pássaros de mesma linhagem.
Nos canários lipocromicos
Brancos – não há dicas, a identificação dos machos poderá ser feita a partir do 3º mês de vida quando estes começarem a ensaiar o canto. Para se ter certeza, é necessário esperar a época próxima de estação de cria, ocasião em que os machos estão cantando alto e forte. 
Branco Dominante – a única dica é que as fêmeas possuem menor marcação de amarelo nas bordas das penas das asas que os seus irmãos machos. Outra dica é que os machos podem possuir incrustações de amarelo também nops ombros e, as vezes, no uropígio. É por isto que, com certa frequência, as fêmeas conseguem vencê-los nos concursos. Veja que estamos falando geneticamente! Nada impede que um bom macho Branco Dominante seja um vencedor. 
Amarelo ou Vermelho ( serve tanto para Intenso quanto para Nevado) – de um modo geral, os machos possuem mais intensidade de cor que as fêmeas, ou seja, um macho intenso normalmente tem terá cor mais forte que uma fêmea intensa. O mesmo raciocínio se aplica para os Nevados. No caso de serem filhos de mesmos pais, o acerto é quase 100%.  Algumas fêmeas intensas possuem schimell no dorso eno pescoço. Por outro lado, as fêmeas nevadas normalmente possuem mais nevadismo ( são mais esbranquiçadas).
Amarelo Mosaico e Vermelho Mosaico - Estes filhotes logo que ficam empenados ( cerca de 20 dias ) deixam os iniciantes muitos aflitos, pois não apresentam nenhuma  marcação de mosaiquismo. Suas penas são formadas por uma única cor ( todas amareloas ou todas vermelhas). Os sinais de que são mosaicos só começam a se evidenciar a partir dos 45 dias de vida, época em que a primeira muda se inicia. Ai é que as primeiras penas brancas começam a aparecer e suas marcações típicas passam a ser evidentes, caracterizando machos e fêmeas. Para fazer a identificação do sexo neste caso, basta fazer a comparação com o padrão, já que nesta cor eles são muito mais diferentes no fenótipo ( aparência ). 
Observação: Todas as informações deste item 4 valem também para os exemplares Amarelo Marfim Mosaico, e de um modo geral, para qualquer canário mosaico. 
Exemplares Lipocromicos de Olhos Vermelhos ( Albinos, Lutinos e Rubinos) – tudo que foi dito para os filhotes de olhos pretos, valem para os filhotes de olhos vermelhos. Afinal esta é a única diferença entre eles. 
Nos Canários Melânicos 
Os canários melânicos são aqueles que, além de possuírem o lipocromo amarelo ou vermelho, também possuem o pigmento chamado eumelanina, que pode ser negro ou marrom ( definição NÃO ortodoxa ).
Observação – Na identificação precioce do sexos filhotes deste grupo, valerão todas as dicas dadas anteriormente com ralação ao lipocromo e ao nevadismo. Assim o lipocromo será mais importante nos machos e as fêmeas terão a quantidade de nevadismo maior.
Vejamos agora outras informações mais específicas.
Exemplares onde a feomelanina é indesejável ( Verde, Azul, Agata, Canela, Isabelino, Asas-Cinzas, Acetinado, Opalino, Topázio, etc. )
Nestes exemplares ( intensos, nevados ou mosaicos ) as fêmeas possuem ou ( quase sempre ) a presença de feomelanina mais evidente que os machos, pois esta sempre associada ao hormônio feminilizante (progesterona). A feomelanina, quando se faz presente nos machos, é sempre em muito pouca quantidade. Daí a diferença! Na mesma ninhada esta identificação é relativamente fácil: as fêmeas possuem mais feomelanina que seus irmãos machos.
Obs. A feomelanina é um pigmento marrom fosco que se deposita preferencialmente nas bordas das penas, podendo sua presença ser notada no dorso dos canários e entre as estrias.
Exemplares onde a feomelanina é desejável ( Canela Pastel e Feo ) – Nestes exemplares, também identificamos fêmeas por possuirem maior quantidade de feomelanina que os machos, facilitando-nos a identificação do sexo, ou seja, as fêmeas portadoras tem maior carga feomelânica que os machos. 
Identificação do Sexo por Conhecimento Genético
É sabido que algumas cores são geneticamente ligadas ao sexo. Evitaremos entrar em detalhes técnicos a respeito desta informação, limitando-nos a informar seus nomes. São elas: Verde, Canela, Agata, Isabel, Marfim,, Pastel, Asas-Cinza e Acetinado. 
Obs. Os canários da linha clara de olhos vermelhos ( Albino, Lutino, Rubino), são na realidade, Acetinados – Logo, quando um exemplar é portador de Albino, Lutino ou Rubino, na realidade é portador de Acetinado e não de Ino  como a nomeclatura nos influencia a acreditar. São, portanto, cores sexo ligados. 
Sabendo isto fica mais fácil identificar o sexo do filhote ainda no ninho, logo que se emplumarem. Vamos discutir alguns acasalamentos como por exemplo:
1.   Pai Vermelho Marfim com mãe Vermelha – Todos os filhotes Marfins serão fêmeas e todos os filhotes Vermelhos serão machos ( Não poderia nascer machos Marfins )
2.   Pai Vermelho portador de Marfim e mãe Vermelha – Todos os filhotes Marfins serão fêmeas e os filhotes Vermelhos poderão ser machos ou fêmeas. 
3.   Pai Vermelho portador de Marfim e mãe Vermelho Marfim – deste acasalamento não coneguiremos identificar precocemente o sexo dos filhotes nascidos, pois os machos e fêmeas poderão tanto ser Vermlhos com oVermelhos Marfins.
4.   Pai Vermelho e mãe Vermelho Marfim – neste caso também não conseguiremos identificar o sexo dos filhotes, pois todos os machos ou fêmeas serão vermelhos. 
Vamos a outro Grupo 
A- Pai Albino com mãe Branca – todos os filhotes que nascerem com olhos vermelhos ( albinos ) serão fêmeas, e todos os filhotes que nascerem com olhos pretos ( Brancos ) serão machos, não podem nascer machos Albinos . Notou a semelhança com o Caso 1.
B-  Pai Branco portador de Albino com mãe Branca – Todos os filhotes que nascerem Albinos serão fêmeas, e os filhotes Brancos serão machos ou fêmeas.  Semelhante do Caso 2. 
C- Pai Branco portador de Albino com mãe Albina – Deste acasalamento não conseguimos identificar precocemente o sexo dos filhotes nascidos, pois filhotes machos e fêmeas poderam tanto ser Brancos como Albinos Semelhante ao Caso 3.
D- Pai Branco com mãe Albina – neste caso também não conseguiremos fazer a identificação do sexo dos filhotes pois todos eles, machos ou fêmeas, serão Brancos. Semelhante ao Caso 4.
As cores sexo-ligadas formam um grande grupo com o mesmo comportamento genético. Assim sempre que você identificar certo comportamento de uma delas, poderá estendê-lo ás demais cores, e se basear nele para identificar o sexo dos filhotes. Portanto, as conclusões a que chegamos nos dois exemplos anteriores ( Marfim e Albino ), podem ser aplicadas a qualquer das demais ( Lutino, Rubino, Pastel, Asas-Cinzas e Acetinado ) .
Vejamos casos que envolvam os Melânicos Clássicos ( Verdes, Canelas, Ágata e Isabel ) que também são cores sexo ligadas.. 
A.    Pai Verde com mão Verde – se nascer algum filhote Canela, Ágata ou Isabel podemos afirmar que este exemplar será fêmea. Os filhotes verdes poderão ser machos ou fêmeas. 
B.   Pai Agata com mãe Agata – se nascer filhotes Isabel, certamente será uma fêmea. Os filhotes Agatas poderão ser machos ou fêmeas. 
C.   Pai Isabelino com mãe Isabelino – se nascer algum Acetinado certamente será uma fêmea. Os filhotes Isabelinos poderão ser machos ou fêmeas. 
Generalizando podemos dizer que, para as cores sexo ligadas, fica mais fácil a identificação do sexo quando nascer um filhote diferente da cor dos pais e esta cor diferente for sexo ligada. Neste caso podemos sempre afirmar que este exemplar será fêmea.
Concluindo, gostariamos de dizer que estas dicas aqui representadas tem a intenção de facilitar a escolha dos filhotes para plantel, venda e concurso. 
Mas isto não é coisa fácil. Portanto, vá treinando sempre que puder pois, com a prática, o índice de acerto será bem confortável.    Agradecimentos ao site criadouro Kakapo.

0 Considerações sobre a debicagem

Mauro Scaramuzza Filho, Biólogo, SPCO 324
Brasil Ornitologia ' n" 58  • Fev - Mar - Abr
Arquivo editado em 24/05/2005
Resumo: Presente em todos os criadouros de aves, a debicagem tem despertado o interesse dos aficionados na canaricultura, para seu controle.
Palavras-chave: comportamento, instinto, debicagem.
Abstract: Present in ali bird fancy, pecking hás called the canary fancier's
attention for its control.
Key-words: behavior, instinct, pecking.
De acordo com observações efetuadas em mais de 20 anos de criação, há evidências de que a debicagem está relacionada ao instinto e, por isso mesmo, não pode ser erradicada de um plantei por completo, mas sim controlada para que não se torne um comportamento vicioso. Entende-se por instinto, toda informação comportamental oriunda de base genética.
A debicagem como comportamento social instintivo pode ser estimulada por 3
necessidades (as quais se apresentam isoladas o u não):
- Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Necessidades
Bioquímicas.
- Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Questões de
Hierarquia.
- Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Necessidade de
Coleta de Material para Aniagem.
l. Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Necessidades
Bioquímicas:
1.1 Problema
Ocorre por carência de elementos vitais ao organismo, que podem levar a:
a) Comportamento Vicioso (Hemofagia e/ou Canibalismo) também chamado de "tara" pêlos antigos criadores, caso em que o animal pode mutilar-se a si próprio, além dos companheiros de bando.
b) Necessidade de Auto-regulação Metabólica (por questões de desgaste
bioquímico do organismo).
l.2 Solução
a) Adicionar mais sal de cozinha (NaCI), ou mesmo sal marinho, à farinhada.
b) Fornecer areia e osso de ciba com Fosfato Bi-Cálcio.
c) Oferecer petiscos como: maçã, talo de almeirão, talo de couve, porção extra de linhaça ou de níger, entre outros.
d) Prevenir o canibalismo através do uso de Lisina (aminoácido essencial, formador de proteínas).
2. Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Questões de
Hierarquia:
2.1 Problema
As aves gregárias, como os canários, as galinhas, dentre outras, têm uma forma instintiva de estabelecer sua organização social, naturalmente, por meio de bicadas. Isso ocorre desde uma leve bicada a uma briga mais séria, com várias bicadas (muitas vezes com sangramento na região frontal da cabeça e maculação das plumas do dorso), perseguições e lutas, até mesmo com o uso das garras. Isso pode levar a ferimentos com sangue que, por sua vez, irão chamar atenção do bando como um "petisco" atrativo. É necessário registrar que pode haver incompatibilidade sob a forma de: a) Grupos Reunidos por Sexo: entre machos de um grupo, entre fêmeas e também entre grupos mistos de machos e fêmeas; b) Grupos Reunidos por Idade: entre adultos de um bando, filhotes agrupados entre si e num grupo misto de adultos e filhotes; c) Grupos Reunidos por Sexo e Idade: juntando exemplares de sexo e idade diferentes. A hierarquia é determinada através de disputas para uma liderança que, após estabelecida, irá constar de um exemplar Alfa, o qual terá soberania sobre todos os demais, impondo-se através de bicadas e de uma linguagem oral hostil reconhecida.
Abaixo deste alfa, também chamado de "A", estarão indivíduos organizados numa escala social imediatamente inferior (B, C,...), mas ainda poderão ocorrer espécimes sem uma posição hierárquica pré-estabelecida. Trata-se de um problema que ocorre o ano todo, principalmente na época do acasalamento, quando um macho  dominador pode até mesmo provocar excessivo stress, com perda de peso, taquicardia (podendo chegar a um enfarto), bem como levar a vítima a um estado de apatia e inapetência, culminando com o óbito da mesma. Popularmente, dizemos que o bando está pegando um deles para Cristo!
2.2 Solução
a) Evitar a super-população.
b) Colocar pregadores (grampos-de-roupa) nos poleiros.
c) Fazer uso de isolamento ou de uma divisória.
d) Recompor os grupos por afinidade.
3. Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Necessidade de
Coleta de Material para Aniagem:
3.1 Problema
Muitas vezes os genitores arrancam dos filhotes (ou entre si) plumas do peito, flancos, dorso e até mesmo da cabeça, bem como penas das asas e da cauda (em geral contendo sangue), no intuito de suprir a falta de um material macio para forrar melhor o ninho. Tratando-se de um comportamento mais comum nas fêmeas, mas podendo ocorrer também nos machos, principalmente em se tratando de Alfas. Entretanto, se houver algum tipo de material para aniagem disponível e os genitores tenderem a debicar-se ou a seus filhotes, esse comportamento será interpretado também como uma forma de: territorialismo, hierarquia, reposição de nutrientes ou mesmo por vício. Nesse caso, denominamos essa sobreposição de atitudes como Comportamento Social Instintivo de Debicagem Estimulado por Fatores Conjugados, pois há origens diversas.
3.2 Solução
a) Oferecer material para confecção do ninho: algodão, barbante, pedaço de corda, juta, estopa, entre outros.
b) Em caso de observarmos uma Debicagem por Fatores Conjugados complementar a oferta de material de aniagem com os elementos constantes dos itens l .2 e 2.2.
Conclusão
Há soluções que podem ser descritas como generalizadas, por sua aplicação prestar-se a todos os tipos de comportamentos instintivos estudados  anteriormente.
Em todos esses anos de criação, temos obtido sucesso no controle da debicagem através de: 
I. a prática de cortar ou lixar a ponta do bico (o extremo da camada córnea, chamada de ranfoteca) e queimá-la (cauterização com objeto de metal aquecido numa chapa de fogão), tem dado um bom resultado.
II. Isolamento do animal.
III. Desinfecção da região com sangramento por Iodo, Merthiolate, entre outras soluções anti-sépticas, evitando o ato de debicar (ou debicar-se) pelo gosto amargo do medicamento de uso tópico utilizado.
Conquanto, apesar de toda uma propensão instintiva natural, informação comportamental herdada, a debicagem também poderá ocorrer sob a forma de transmissão  cultural,   informação comportamental não herdada. Esta é ensinada (E. CURIÓ, 1978, in A evolução), por demonstração através de um "mestre" aos seus "aprendizes", quando o comportamento é adquirido por exemplo dado. Seria o "despertar" do instinto, mesmo sem que ocorram as necessidades de reposição bioquímica ou de hierarquia, de aniagem ou mesmo sob a forma de fatores conjuntos.
Observamos que há espécimes ou casais que não debicam, e que recebem a mesma nutrição dos debicadores, mas que podem mudar de atitude.
O que reafirma que essa mudança radical de comportamento por traço cultural pode ter um estímulo, através do mau exemplo dado, a despertar seu instinto dormente.
Concluímos que a erradicação da debicagem, por ser instintiva em canários, trata-se de uma utopia. Entretanto, seu controle ou prevenção podem ser efetivos de maneira a evitar um comportamento vicioso.
Referências Bibliográficas:
TYLERBONNER.J.
A evolução da cultura nos animais. Rio de Janeiro, Zahar, 1983. 

Agradecimentos ao site craidouro Kakapo.

domingo, 21 de outubro de 2012

0 Divisão das sementes para os canários divididos por estações do ano:

Como já sabemos os canários precisam de alimentos diferentes para cada época do ano e não é diferente com as sementes abaixo segue à lista das quantidades para cada estação do ano:

primavera :
alpiste 700
colsa 100
aveia 150
niger 200
linhaça 100
nabão 150

verão :
alpiste 700
colsa 150
aveia 100
niger 100
linhaça 100
nabão 100

outono
alpiste 1000
colsa 150
niger 150
linhaça 150
aveia 100
nabão 100

inverno :
alpiste 800
aveia 150
colza 150
niger 150
linhaça 150
nabão 100

tudo colocado em gramas


fica ai um artigo para que o amigo possa montar seu proprio mix caso ache necessario

A MISTURA DE SEMENTES, COMO BALANCEAR

O canário, como qualquer ser vivo, ingere alimentos para fazer funcionar seu organismo, isto é: para manter a temperatura do corpo, fazer o metabolismo funcionar, repor tecidos, trocar penas, se movimentar, se reproduzir, etc, etc.
São pássaros granívoros e, portanto, as sementes representam a parte mais importante de sua dieta, que deve ser complementada por uma ração, antigamente chamada de farinhada. Juntos, sementes e reação, devem prover e adequar os alimentos fornecidos às diferentes necessidades de nossos pássaros.
A composição e o balanceamento da mistura de sementes e seu necessário ajustamento a ser discutido neste artigo.

Alimentação X Fases da vida.

Como todo ser vivo, as necessidades de alimentos variam em função das fases da vida, da temperatura ambiente, do clima em que os canários vivem. Se estão em muda; a troca de penas é um processo extremamente penoso e crítico para os pássaros, exigindo elementos nutritivos especiais, suas necessidades são diferentes, por exemplo, da pós-muda, quando estão aguardando a nova estação de cria, se exercitando nas voadeiras, cantando, brigando entre si.
Durante a reprodução, a cria dos filhotes exige muito das fêmeas, que se estressam e ficam mais vulneráveis às doenças oportunistas.
De modo simples, podemos dividir em três, as fases em que os canários têm necessidades de alimentação distintas: Reprodução, Períodode Muda e Repouso.

Proteínas X Carboidratos X Lipídeos

Proteínas: São compostos nitrogenados, absolutamente necessários aos processos metabólicos de crescimento, reposição de tecidos, formação de matéria viva, massa muscular, esqueleto, muda de penas, etc. Suas necessidades em períodos de reprodução são críticas para o sucesso da criação.
Carboidratos: São os provedores de energia para o organismo, sendo necessários para prover calor, fazer funcionar o organismo, enfim, é o combustível da máquina chamada canário.
Lipídeos: São as gorduras, (graxas ou extrato de etéreo). São compostos com alta carga de energia (2,25 vezes mais que os carboidratos). É em forma de gordura que as aves e os outros animais armazenam energia no corpo para atender às situações de carência alimentar.
Composição Média das Sementes
Cada semente tem uma composição diferente de proteínas, carboidratos e lipídeos. Abaixo relacionamos as principais sementes encontradas no mercado brasileiro:


SEMENTES PROTEINA % CARBOIDRATOS % LIPÍDEOS %
Alpiste 16,6 49,0 6,4
Colza 19,6 18,0 45,0
Aveia 11,3 68,4 8,7
Níger 23,0 17,0 40,0
Nabão 20,7 5,7 40,2
Linhaça 24,2 25,0 36,5
Perila 22,6 10,6 43,2
Cânhamo 18,2 21,8 32,5
O alpiste é a semente mais importante na mistura. Sua composição de proteínas, carboidratos e lipídeos é a que mais se aproxima das necessidades normais dos canários. A qualidade de sua proteína, medida pelo balanço de aminoácidos e digestibilidade, é alta. O alpiste é essencial aos canários, e deve entrar na mistura de sementes com, pelos menos, 60% do total.
A níger uma semente muita apreciada pelo nossos pássaros, tem elevado teor de proteínas e gorduras. É usada normalmente como provedor de proteínas na mistura. Como tem altíssimo teor de lipídeos, sua participação deve ser limitada à 20% do total.
A colza é outra semente que, co0mo a níger, apresenta bom teor de proteínas e teor de gorduras bastante elevado (45%). Maurice Pomarède, estudioso francês de canários, alerta para a alta toxidês desta semente, recomendando restrições à seu uso. Outro cuidado é com relação à aquisição desta semente no mercado. Freqüentemente, vende-se semente de mostarda como se fosse colza, com prejuízos evidentes para a mistura.
A aveia é um excelente provedor de energia, muito rico em amido, e especialmente rico em lisina e cistina, dois dos principais aminoácidos essenciais. Deve ser utilizada no balanceamento da mistura como o principal provedor de carboidratos. O risco desta semente é a alta manifestação de fungos e outras formas de vida indesejáveis, que podem causar sérios danos à saúde dos pássaros.
A linhaça não é muito palatável para os canários. Tem alto teor de proteínas e lipídeos. Administrada durante o período de muda, tem efeito benéfico sobre a formação das penas.

Balanceamento das Sementes

A recomendação para nossos canários é que no período de reprodução, os teores de proteínas sejam mais elevados devido às necessidades dos filhotes, e os teores de carboidratos e lipídeos sejam menores, pois assim os canários serão levados à ingerir mais alimentos para atender à suas necessidades calóricas.
No caso oposto, no período de repouso, quando as proteínas são menos necessárias, as energias deverão ter seus teores elevados.
No período de muda, as gorduras são mais desejadas, pelo efeito positivo sobre a formação das penas, e deposição de lipocromo. Os grãos escuros (colza, níger, linhaça, cânhamo), usados sempre com parcimônia devido aos altos teores de gorduras em suas composições, ajudam nesta fase.

Relação Nutritiva

Um dos parâmetros muito usado no ajustamento dos alimentos às necessidades dos pássaros é a RelaçãoNutritiva (RN).
O que é Relação Nutritiva (RN)?
Nada mais é do que uma fórmula prática, extremamente simples, usada nos cálculos dos alimentos, que reflete os relacionamentos entre proteínas, carboidratos e lipídeos, adequando-se às fases da vida de nossos canários.
Existem outros métodos para balanceamento de rações, bem mais complexos e completos, porém, para efeito deste artigo, exemplificaremos o balanceamento apenas pelo fator RN.
Observando-se a fórmula, ela mostra exatamente isto que foi comentado: Mais proteína e menos energia no período de reprodução e menos proteína e mais energia no período de repouso. A muda, com RN=4 (limites: 3,5 a 4,5) deve ter os teores intermediários entre as outras fases.
A fórmula prática é a seguinte:



Quais são as necessidades? Ë recomendável que a relação R/N esteja o mais próximo dos seguintes valores:
Reprodução? RN = 3 (limites: 2,5 a 3,5)
Muda? RN = 4 (limites 3,5 a 4,5)
Repouso? RN = 5 (limites 4,5 a 5,5)
Traduzindo estes parâmetros para teores de proteínas, carboidratos e lipídeos, teremos o seguinte quadro:



PERÍODO PROTEÍNAS (%) CARBOIDRATOS (%) LIPÍDEOS (%)
REPRODUÇÃO 16,0 a 18,5 40a 45 6,0 a 8,0
MUDA 14,5 a 15,5 45 a 50 8,0 a 10,0
REPOUSO 12,5 a 13,5 50 a 60 7,0 a 8,0
Comentários Importante:

Da simples análise do RN recomendado para o período de REPRODUÇÃO, (lipídeos entre 5,5 % e 7,5%), e da verificação dos teores de gordura das sementes, chegamos à conclusão que não há possibilidade de se obter com apenas as sementes, as proporções adequadas e desejadas.
O que fazer? Primeira conclusão: Há necessidade de se usar uma ração que, oferecida aos canários, equilibre os teores dos elementos discrepantes na mistura de semente. Como as rações comerciais para canários descrevem na embalagem os teores destes princípios nutritivos, basta calcular os teores da mistura de sementes, e assim definir que ração adquirir, em função dos elementos para balanceamento.
Como o período mais crítico é o da reprodução, e o teor de proteínas o princípio nutritivo mais importante mais importante nesta fase, o recomendado é calcular primeiramente a mistura levando-se em conta o teor de proteína, tentando manter o mais baixo possível os lipídeos.
Em seguida, determinaremos que parâmetros deverá conter a ração que vamos usar para completar a alimentação de nossos pássaros. Usando-se um programa simples de cálculo, e várias tentativas procurando obter uma mistura de sementes com proteínas entre 16,0 % e 18,5%, chegamos aos seguintes resultados para o período de reprodução.

Cálculo do Teor de Proteína:



SEMENTES TEORPROTEÍNA NA SEMENTE QUANTIDADE NA MISTURA TEOR PROTEÍNAS NA MISTURA FINAL MEMÓRIA DE CÁLCULO
Alpiste 16,5 700 11,6 (1)
Colza 19,6 80 1,6 (2)
Níger 23,0 130 3,0 (3)
Aveia 11,3 70 0,8 (4)
Linhaça 24,2 20 0,5 (5)
TOTAL 1000 gr 17,5 %
Cálculo do Teor de Carboidratos Repetindo os cálculos como mostrados acima, somente trocando as colunas de proteínas pelas de carboidratos, teremos: Teor de Carboidratos = 43,2%.
Repetindo mais uma vez para os lipídeos, teremos: Teor de Lipídeos= 14,6%. Verificação da Relação RN: RN desejada (REPRODUÇÃO) = 3 (limites: 2,5 a 3,5)





O valor de RN está em 4,3. Porém o desejado é entre 2,5 e 3,5.
Examinando com cuidado os resultados da análise, verificamos que os parâmetros obtidos se comparam com os desejados da seguinte maneira:


DESEJADO OBTIDO ANÁLISE
PROTEÍNA 16,0 A 18,5 % 17,5 % OK
CARBOIDRATOS 40 A 45 % 43,2 % OK
LIPÍDEOS 6,0 A 8,0 % 14,6 % Muito elevado !
Resumindo: Vamos necessitar de uma ração com teor de gorduras muito baixo, e teores de carboidratos e proteínas dentro dos limites acima indicados para o período de reprodução. Assim, oferecendo-a aos canários, junto com mistura de sementes acima, teremos a correção do teor de lipídeos, e conseqüentemente os parâmetros adequados às necessidades de nossos canários naquele momento.
Em caso de dificuldades em se encontrar uma ração com os parâmetros desejados, nos restam dois caminhos: recalcular a mistura de sementes, ou ajustar a ração por adição de elementos (nutrientes) que reduzam ou elevem os teores fora dos limites desejados.

Conclusão

O principal objetivo deste artigo foi mostrar que é importante destinar mais atenção à alimentação de nossos canários. A mistura de sementes escolhida deve ser adequada à ração que utilizaremos. Elas não podem ser tratadas de forma separada, pois são componentes indivisíveis da alimentação das aves.

Memória de Cálculo:

(1) 700 gr / 1000 gr X 16,5 % = 11,6 % Proteína
(2) 80 gr / 1000 gr X 19,6 % = 1,6 % Proteína
(3) 130 gr / 1000 gr X 23,0 % = 3,0 % Proteína
(4) 70 gr / 1000 gr X 11,3 % = 0,8 % Proteína
(5) 20 gr / 1000 gr X 24,2 % = 0,5 % Proteína

Márcio Fernandes Juiz - OBJO/FOB – Revista CRAC-1998

 

sábado, 20 de outubro de 2012

0 DESINFECÇÃO E HIGIENE NOS CRIADOUROS


Alfonso Babra Garcia - Espanha
Revista Pássaros Nº 64
Arquivo Editado em 31 Jan 2011 – Criadouro Kakapo

Introdução
A ação germicida, como fato empírico, figura entre os conheci­mentos mais remotos dos homem, muitos antes de conhecer-se a na­tureza bacteriana ou viral de certas doenças.
Como exemplos desta ação, poderíamos citar: o conhecimento de que o fogo destruía "as causas do mal", o valor da água fervida para a lavagem das feridas ou a aplicação de determinadas téc­nicas para a conservação de ali­mentos - salames, defumados, acidificações etc.
Durante a primeira metade do século XIX, introduziram-se diferen­tes substâncias sulfuradas, iodadas e cloradas, utilizando-as não so­mente para o tratamento de deter­minadas afecções animais ou vege­tais, mas como valiosos anti-sépti­cos para cura de feridas e para a prevenção e infecções em atos médicos ou em cirurgia.
Resultou de grande valor a de­monstração de Semmelweis [1847], ao assinalar que a simples lavagem e desinfecção das mãos dos médi­cos e veterinários com cloro, redu­zia radicalmente as mortes habitu­ais nos partos.
Na segunda metade do século XIX, a lista de anti-sépticos e desin­fetantes foi enriquecida com a intro­dução de vários sais de metais pesados, álcoois, fenóis e compos­tos iodados, cujas atividades microbicidas e esporicidas puderam fazer-se mais evidentes ao coincidir com a era das grandes descobertas bacteriológicas.
O ato de desinfecção, - des­truição ou eliminação de todas for­mas vivas infecciosas - tal como entendemos hoje em dia, parte das idéias de Koning e Paul, os quais comprovaram que os desinfetantes só podiam ser comparados sob condições controladas, tempo de contato entre germes e desinfetan­tes, meio térmico, substrato e pos­sível interferências.
Ação dos desinfetantes
Poderíamos definir um desin­fetante como uma "substância ou composto que impede a infecção", ou dito de outra forma mais práti­ca: "é um produto químico capaz de destruir germes e que se emprega para sanear locais onde temos as nossas aves".
Dentro desta definição, cabem unicamente produtos que apresentam ação letal-germicida ou bactericida ­sobre os microorganismo, se bem que produzam ações sobre diversas for­mas mais resistentes: esporos, vírus, fungos, etc ...
A desinfecção, embora cubra um amplo campo de atividade, procura, antes de tudo, a erradicação dos ger­mes diretamente patógenos [respon­sáveis pela produção de doenças!.
Do ponto de vista teórico, um desinfecção perfeita, com 100% de eficácia em uma instalação ornitológica, deveria ser motivo de erradicação de uma enfermidade ligada permanentemente ao aviá­rio, coisa que, infelizmente sabemos, é muito difícil de se conseguir na prática.
A ação de um bom desinfetan­te, que possua atividade letal para um microorganismo, essencialmen­te é a de uma "substância agressora que atua contra este, produzindo-lhe danos físicos, químicos ou enzimáticos".
Geralmente cada germe apre­senta um lado no qual os desinfetan­tes atuam como bacteriostáticos, passado a bactericidas a partir de certo nível.
Os desinfetantes ou germicidas são substâncias muito heterogêne­as, atuando em condições muitos diversas como também são os microorganismos sobre os quais po­dem atuar, que diferem entre si tan­to em seu fisiologismo, como em seus hábitos de vida.
A ação dos germicidas, a nível das bactérias, pode se produzir a ní­vel superficial ou de "membrana" e a nível profundo ou "protoplasmático". HAYDEN assinalou que o fenol atua­va interferindo em várias cadeias metabólicas, a sua destruição ao pro­duzir uma alteração física que afeta­va a sua permeabilidade celular.
Todos os ornitólogos amadores conhecem a patogenia de E. coli em nossos ninhos.
Esta considerações nos levam a considerar a importância da técnica da desinfecção dos aviários, basean­do-se nos seguintes pontos:
1 - Cada desinfetante atua de uma forma determinada, em uma concentração definida e com mar­gens de eficácia distintas para cada caso. São dadas grandes variações de cada produto desinfetante por­quanto podem produzir-se inati­vações pela presença de substânci­as antagônicas, tais como: matéria orgânica, sais minerais, ácidos, etc ... Por isso é imprescindível, antes de uma desinfecção ou desinsetação, efetuar uma limpeza mecânica a fundo no aviário.
2 - Dentro de cada grupo de de­sinfetantes podemos ter substâncias com maior ou menor atividade, em função da sua própria estrutura molecular e do seu comportamento ante o germe que se pretende destruir.
3 - O tipo de superfície a desin­fetar condiciona a seleção do produ­to e sua dosificação em função de sua possível toxicidade, caus­ticidade e persistência. A madeira e o cimento podem tolerar produtos que resultariam inadequados para gaiolas metálicas.
Comparação entre diferentes desinfetantes
Revisadas as bases de uso aplicação de cada desinfetante, e conhe­cida a diversidade de mecanismos de ação, compreenderemos que existe uma evidente dificuldade na eleição dos desinfetantes, máxima se a de­sinfecção se efetua existindo aves na gaiolas ou viveiros. Recomendamos que em todo tipo de desinfecção ge­ral, se retirem as aves dos criadouros, pelo menos durante 8 horas.
Para comparar desinfetantes é preciso ter em conta as aplicações de cada um deles e suas margens de atividade.
A valorização dos desinfetantes se baseia em ensaios efetuados em laboratório, que consistem em se co­locar o germe que se quer destruir, ante uma dose de antisséptico e du­rante um tempo pré-estabelecido.
Um método muito prático de avaliação consiste em averiguar "a mínima concentração" de um desin­fetante que seja capaz de inativar um germe de "prova" em 10 minutos, o que se efetua através do chamado "teste de arratre".
As provas de laboratório são in­dispensáveis para o criador talvez o sejam tanto práticas, que a ofereçam "in situ" provas de confiabilidade, não toxicidade e de verdadeira ação desinfetante.
Para este tipo de provas prévi­as, torna-se indispensável fazer uma amostra de diversos pontos do aviá­rio que se pretende sanear. As pro­vas sobre as gaiolas, voadeiras, pa­redes e chão do aviário dependem das seguintes variáveis:
1 - grau de umidade do aviário
2 - homogeneidade das paredes e piso
3 - qualidade da limpeza prévia
4 - antecedentes patológicos, que nos levam a uma desinfecção a "fundo".
De acordo com a maioria de au­tores especialistas, concordamos que os resultados obtidos em um deter­minado aviário, "não podem ser, em absoluto, extrapolados a outros", nem sequer naqueles em que exis­tam aves da mesma variedade.
Do ponto de vista de con­fiabilidade, em todo momento po­dem apresentar-se diversas obje­ções, pois assim como ocorre na or­nitologia amadora, se trabalha com amostras reduzidas.
Praticamente e em plano de di­vulgação, pensamos que onde se cri­am ou se mantenham lotes de aves de pequeno porte (exóticos, canári­os, periquitos, silvestres da fauna européia etc.), os desinfetantes de eleição são os derivados dos sais de AMÔNIO QUATERNÁRIO, que com diferentes marcas se oferecem no mercado, sem descartar os deriva­dos iodados.
Resumo
Os resultados que temos obtido em numerosas provas efetuadas nos confirmam que os máximos níveis de eficácia se alcançam quando o aviário tem sido submetido previamente e com pontualidade a uma limpeza em profundidade, o que nos faz pensar que a HIGIENE é o primeiro passo da DESINFECÇÃO. Com ela se reduz drasticamente a incidência de deter­minadas afecções patológicas de ori­gem bacteriana, fúngica ou viral, liga­das ou condicionadas à contaminação por insetos ou outros vetores.
Este é, pois, o procedimento mais apropriado e estendido:
a - Limpar periodicamente o aviário e, por sua vez, desinfetá-lo.
b - Utilizar unicamente desinfetan­tes de eficácia reconhecida.
c - Procurar desinfetantes estáveis e não voláteis.
d - Aplicar as doses adequadas de desinfetante "in situ", segundo as medidas do local ou aviário.
e - Ter em conta as épocas de alta taxa de umidade e calor, para reiterar as medidas de higiene, DESINFECÇÃO e DESINSETAÇÃO, com isso se reduzi­rão notavelmente, a incidência de en­fermidades e ectoparasitações em nossos aviários e voadeiras.

Agradecimentos ao site Criadouro Kakapo. 

0 ÁCAROS NOS CANÁRIOS

1. Cytodites Nudus
(Ácaro dos Sacos Aéreos das Aves)
Este ácaro também vive nos brônquios, traquéia, fígado, rins e coração das aves.
Os sintomas são:
Emagrecimento, perda de apetite, tosse, estertores e liberação de muco sanguinolento da traquéia.
Tratamento:
Administre um expectorante (iodeto de potássio e benzoato de sódio).
2. Dermanysus Gallinae
(Ácaro que ataca o corpo dos pássaros)
Causa sérios danoas à criação. Devido à quantidade de ácaros que infesta cada pássaro, leva rapidamente à anemia e, se não for combatido, leva à morte. Chamado de vermelhinho, parasita também o homem.
Os sintomas são:
Tristeza, mucosas pálidas, emudecimento e perda do apetite; a plumagem perde o brilho e as penas das asas e da cauda apresenta-se como se estivessem roídas.
Tratamento:
Pulverizações do produto Dipterex, usado em dosagens a 0,15%, podendo ser aplicado tanto nas aves quanto nas instalações. Cuidado com comedouros e bebedouros. Pode-se também utilizar creolina nas instalações.
3. Knemidokoptes jamaicensis
(Ácaro da Sarna Podal dos Canários)
As fêmeas escavam galerias nas patas, onde há a formação de crostas, sendo que estas ficam repletas de ácaros em diferentes fases de desenvolvimento.
Diagnóstico diferencial:
Não confundir com popilomatose das patas (unilateral).
Tratamento:
Benzoato de benzila 25% e enxofre (pó) dissolvido e misturado em vaselina líquida.
4. Kenemidokoptes pilae
(Ácaro da Sarna Cnernidocóptica dos periquitos)
Aspecto dorsal e ventral.
Há inflamação e exsudado inflamatório nas patas e bico, que desaparecem, dando formação a um tecido esponjoso.
Tratamento:
Benzoato de benzila 25% e enxofre.
5. Protoplylloes gaíndarinua
(Ácaro das penas da cauda e asa das aves)
Tem erroneamente o nome de lêndea.
Tratamento:
Usa-se álcool (embebido numa escovinha) para limpeza das penas, pois tem efeito mortal para esses ácaros. Não utilizamos o éter porque o seu emprego em quantidades maiores pode ocasionar lesões no cérebro do pássaro.
6. Sternostoma tracheacolum
(Ácaro da Asma–Fole-de-Canário)
Esse ácaro ataca as vias respiratórias e o pulmão do canário, e parasita à traquéia, os brônquios, os sacos aéreos, o parênquima pulmonar e o fígado.
Os sintomas são:
Ruídos respiratórios resfolegantes, anemia, dispnéia, ausência de canto; o pássaro abre freqüentemente o bico e tenta limpa-lo no poleiro.
Transmissão:
Contato direto do animal infectado para o sadio.
Tratamento:
Para a inflamação dos sacos aéreos dá-se antibiótico de largo espectro e polvilha-se a gaiola, coberta por um pano, com um produto acaricida durante 5 minutos, com as aves expostas. Repete-se o tratamento por mais duas horas.
7. Syrongophilus bipectinata
(Ácaro do Canhão das Penas das Aves)
As penas ficam repletas de material seco e acumulado onde se encontram os ácaros, caem e pode haver inflamação. No periquito ataca a base das penas, ocasionando a queda das mesmas, deixando a área onde estavam implantadas com aspecto crostoso. Tem a cor castanho-escuro.
Tratamento:Aplique diretamente sobre o pássaro, produtos fosforados (Malathion, Malatol) que atingem tanto piolhos como ácaros ectoparasitas. Evite que os  produtos caiam na água e nos alimentos.
Agradecimentos ao site Criadouro Kakapo

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

0 CONSELHOS ÚTEIS NO MANEJO DAS AVES DE COMPANHIA

ALOJAMENTO 
Proporcionar uma gaiola ou viveiro o mais amplos possível, para que a ave possa voar. Apenas dois poleiros colocados nos extremos servem perfeitamente no caso de aves como canários, exóticos, indígenas, etc. 
Deve evitar-se sempre que possível o tradicional poleiro com corrente para papagaios. Os poleiros devem ser de madeira, de preferęncia em pinho, árvore de fruto, e nunca em plástico ou de material abrasivo. Evitar colocar os bebedouros debaixo dos poleiros. 
TEMPERATURA
Ao contrário do que muita gente pensa, uma ave de boa saúde poderá suportar temperaturas bastante baixas.
Devemos no entanto evitar mudanças bruscas de temperatura e correntes de ar. 
HUMIDADE
A grande maioria das aves em cativeiro suporta uma ampla variaçăo dos níveis de humidade, se bem que algumas espécies provenientes de países tropicais ou sub-tropicais prefiram um ambiente mais húmido. Aconselhamos pois proporcionar a essas aves bastante água, ou periodicamente quando do tempo seco, pulveriza-las com água.
LUZ E AR
A luz solar é de extrema importância para a saúde dos seres vivos. Sempre que possível deixe as suas aves apanhar sol, tendo o cuidado em proporcionar-lhes um pouco de sombra como resguardo.
Note-se que quando falamos em sol, se trata de luz direta e năo filtrada através de um vidro ou janela, pois estes năo permitem a passagem de raios ultravioletas. 
Como alternativa, pode utilizar-se luz fluorescente especial que sinula totalmente o espctro da luz solar. 
Em ambiente fechado nunca devemos manter o período de luz diária por mais de 16 horas, nem acender e apagar a luz quando as aves estăo a dormir, pois poderăo entrar em stress, ou até abandonar os ninhos quando em período de criaçăo. 
Evitar correntes de ar e ambientes de fumo (salas, cozinhas, etc), bem como sprays, pesticidas, etc., năo destinados especificamente a aves. 
HIGIENE
A limpeza diária dos comedouros e bebedouros e do fundo das gaiolas evita problemas associados com a conspurcaçăo dos alimentos, e alerta o criador para eventuais sinais de doença.
Uma limpeza geral semanal ou quinzenal, que incluirá lavagem e desinfecçăo de instalaçőes, poleiros, utensílios, etc., é aconselhável. Utilizar desparasitaçăo externa. 
ALIMENTAÇĂO
A grande maioria das doenças que afetam as aves săo de origem alimentar. O conhecimento do tipo de alimentaçăo próprio de cada ave é de extrema importância. A administraçăo de sementes conspurcadas ou de má qualidade, excesso de sementes oleaginosas (níger 33% gordura, cânhamo 32%, girassol 47%, nabo 40%, linhaça 40%, amendoim 47%), provocam doenças graves de difícil tratamento. Procure pois administrar uma maior percentagem de grăos com um menor teor de gordura e mais elevado em proteínas: alpiste, painço, milho, aveia, leguminosas, etc.
Note que as referidas sementes gordas săo as mais apetecíveis, pelo que devemos raciona-;as criteriosamente. 
Uma ave gorda năo é necessariamente uma ave saudável.
Por outro lado, a grande maioria das sementes secas săo naturalmente deficientes em vitaminas e outros micronutrientes essenciais. 
Artigo edito em 14 Abril 2001
Catálogo AVIZOON / ORLUX
Agradecimentos ao site Criadouro Kakapo.
 

Pássaros e Cia Copyright © 2011 - |- Template created by O Pregador - |- Powered by Blogger Templates